Um estudo realizado pela organização não governamental Trata Brasil sobre a situação de saneamento básico nas maiores cidades brasileiras revela que o principal motivo dos problemas com saneamento básico é a falta de compromisso e de envolvimento dos gestores municipais e da sociedade em relação aos investimentos para tratamento de esgoto.
O presidente da ONG, Raul Pinho, explicou que a falta de planejamento resulta no atual retrato de saneamento básico no país, onde apenas um terço do esgoto produzido é tratado. O restante é despejado em rios, lagoas, praias e mananciais. "Somos 180 milhões de habitantes e somente um terço da população tem o esgoto tratado. É uma quantidade enorme que se joga. O saneamento ficou fora da prioridade política durante muito tempo", afirmou.
De acordo com Raul, em 2003 os investimentos em saneamento básico foram retomados junto com a criação do Ministério das Cidades e com a sanção, em 2007, da Lei do Saneamento, além dos recursos provenientes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). No entanto, o presidente da ONG acredita que o esforço municipal e a organização junto à empresa escolhida para operar o sistema de saneamento são os fatos mais importantes para garantir a qualidade do tratamento de esgoto nas cidades.