Hospital de Base quer recursos e mais serviços para a população

A Secretaria da Saúde está negociando com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) a implantação de 20 leitos de UTI – 10 para adultos e outros 10 pediátricos – no Hospital de Base Luiz Eduardo Magalhães, ampliando assim a prestação de serviços para a população itabunense e de outros 101 municípios pactuados. Segundo o secretário Antônio Vieira, o hospital funciona como uma unidade de referência e vinha mantendo 30 leitos para o suporte de atendimento aos pacientes com dengue, um acordo que deveria ser prorrogado naturalmente, porque o prefeito Capitão Azevedo ampliou por 90 dias o decreto da situação de emergência encerrado agora em 31 de agosto.

Vieira explica que para manter estes serviços operacionais foi acertado com o governo estadual um repasse de R$ 250 mil mensais no período de março até maio e agora. “Estamos reivindicando um repasse de R$ 750 mil relativos ao período de julho a agosto, o que seria de grande importância para o pagamento das despesas com pessoal, aquisição de medicamentos e fornecedores”.

Segundo o secretário da Saúde, os recursos referentes à contratualização de R$ 1,5 milhão para a prestação de serviços pelo hospital à população de Itabuna e da região foram repassados até julho. Na próxima semana, deverão ser liberados os recursos relativos a agosto, o que servirá para o custeio das despesas do período e pagamento aos servidores.

A Secretaria da Saúde também investe na negociação para os novos leitos de UTI, em contrapartida, com a liberação de um aparelho de hemodinâmica, uma vez que na cidade já funciona um serviço de cardiologia, que está em fase de homologação pelo Ministério da Saúde para atendimento a pacientes do SUS.

Para Antonio Vieira, isso quer dizer que cirurgias cardíacas vão ser realizadas no Hospital Calixto Midlej, da Santa Casa, o que além de reduzir despesas com o transporte de pacientes e riscos para os mesmos durante a viagem para Salvador. “Estaremos incluindo pacientes com menor poder aquisitivo e que não têm acesso aos serviços através dos planos de saúde ou de forma particular”, justifica.

Recursos insuficientes - O presidente da Fundação de Assistência à Saúde entidade mantenedora do HBLEM, Antônio Costa, explica que a instituição depende do repasse dos recursos adicionais investidos no atendimento aos pacientes com dengue e defende a implantação no mais curto espaço de tempo de 20 leitos de UTI, o que geraria novas receitas operacionais.

Antonio Costa conta que, em função da suspensão do convênio com a dengue, terá de demitir 33 servidores, entre os quais seis enfermeiros, 21 técnicos de enfermagem e seis profissionais do setor administrativo, com o objetivo de evitar o desequilíbrio orçamentário da instituição que sobrevive com exclusivamente recursos do SUS. A verba do SUS cobre apenas 33% dos custos, por isso o hospital necessita permanentemente de uma suplementação orçamentária.

Antônio Costa disse, ainda, que o hospital teve ganhos na atual gestão, pois saiu de uma receita de produtividade de R$ 400 mil para R$ 930 mil, mas triplicou o atendimento e melhorou a prestação de serviços à população. “No entanto, continua dependente de uma complementação de recursos, uma vez que as verbas do SUS não cobrem os custos operacionais”, completa.