Garantir um tratamento para os pacientes com transtorno mental que valorize ações como diálogo e terapias e, desta forma, proporcionar a inclusão para acabar de vez com os manicômios, são os principais objetivos de luta do Movimento Antimanicomial no Brasil. Ele ganhou as ruas de Alagoinhas nesta segunda-feira, 18, com uma passeata promovida pelos profissionais do Centro de Atenção Psicosocial - CAPS. A passeata, que saiu da sede do Caps, percorreu as principais ruas do comércio até a Prefeitura. Durante o percurso, assistentes sociais, psiquiatras e coordenadores alertavam a população sobre as necessidades de substituir o modelo dos manicômios por outra forma de tratamento.
Segundo Adriana Gomes Maciel, assistente social e coordenadora técnica do Caps, “é preciso dizer não a todo tipo de exclusão e substituir o atual modelo”. Alagoinhas e Feira de Santana são as únicas cidades da Bahia que possuem um Caps 3, de acordo com a coordenadora, o estágio mais avançado da assistência prestada aos pacientes. Mas ela alerta que já se faz necessário uma unidade para crianças e outra para dependentes quimicos.
A data de hoje, 18, é bastante simbólica para os trabalhadores da saúde mental no Brasil. Foi nesta data, em 1987, que aconteceu na cidade de Bauru, interior de São Paulo, um encontro que alterou, radicalmente, o tratamento dos transtornos mentais. Os antigos manicômios foram transformados em uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.
Como processo decorrente deste movimento, surgiu a reforma psiquiátrica definida por uma lei, que entrou em vigor em 2001, com base nos resultados do encontro de Bauru, mas que até hoje proporcionou mudanças muito tímidas no sistema, segundo os adeptos da luta antimanicomial. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Alagoinhas)