Pesquisas arqueológicas revelaram que, possivelmente, no município de Curaçá, especificamente no Serrote do Velho Chico e na Fazenda Salão, serviram de habitação para comunidades indígenas em diferentes épocas. A hipótese parte de fragmentos de cinco urnas funerárias que demostravam a utilização de duas técnicas distintas no mesmo sepultamento. Curaçá fica no semiárido baiano, às margens do Rio São Francisco. Para os pesquisadores, esse é o motivo que atraiu o povo indígena a viver na região, há 3 mil anos.
No Serrote do Velho Chico foram encontradas pinturas e gravuras, lascas para produção de instrumentos de pedras, restos de alimentação, como ossos de animais caçados, uma fogueira e restos de um sepultamento . Já na Fazenda Salão foram achados a céu aberto cinco sepultamentos visíveis pelas cerâmicas descobertas.
Segundo o coordenador do Projeto Mata Branca, Carlos Etchevarne, os corpos depositados diretamente no chão e cobertos com recipientes cerâmicos na parte da cabeça, poderia ser um padrão de enterramento, pois na década de 60 outros enterramentos foram encontrados da mesma forma na mesma região. Foram identificadas em todas as crianças colares, cada um com até 200 contas feitas com material ósseo, e os adultos tinham os tembetás, feitos de quartzito esverdeado, utilizado pelos índios no lábio inferior.
O pesquisador acredita que esses achados representam para o País o começo da construção de uma história regional anterior à chegada dos colonizadores, história que só é possível ser contada pela arqueologia. (Dados da matéria publicada no Jornal A Tarde, dia 03/05/2009)