Ministro da Saúde atribui surto de dengue a transições conflituosas de novos gestores municipais

Os estados da Bahia e do Acre, a região que engloba as cidades de Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo, e a capital mineira, Belo Horizonte, integram a lista de localidades que podem registrar surtos de dengue em 2009. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (5) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que avaliou a situação nas quatro áreas como “crítica”.

Durante o programa Bom Dia, Ministro, Temporão disse que o aumento se deve, entre outros fatores, à mudança de gestores ocasionada pelas eleições municipais realizadas em outubro do ano passado. Segundo ele, mais de 40% dos secretários de Saúde foram substituídos, o que pode ter colocado em risco a continuidade das ações.
“Tenho certeza de que, em muitos dos municípios em que estamos vendo um aumento importante de casos de dengue, esse fator foi relevante”, disse, ao citar o exemplo do Espírito Santo. “Evidentemente que alguma coisa falhou. Um fator importante foi a transição das prefeituras. O que pode ter havido também é que as pessoas tenham relaxado.” No caso específico da Bahia, o ministro foi taxativo ao afirmar que tem “certeza absoluta” de que houve descontinuidade na política de combate ao vetor da doença por parte dos prefeitos. “Nessa mudança de gestão, muitas vezes, o calor da disputa eleitoral prejudica a boa implementação de políticas sociais”.
TRANSIÇÃO TRANQUILA – Em Vitória da Conquista, a dengue está sob controle. Até o momento, foram registrados apenas 21 casos da doença, dos quais apenas seis foram contraídos no município. Os outros são considerados “casos importados”, segundo informou o sub-secretário de Saúde, José Louzado. “Em nossa cidade, não houve descontinuidade de ações. Pelo contrário, foram intensificadas as atividades de combate, com várias medidas como mutirões nos bairros e a realização de uma gincana municipal para envolver a comunidade nos trabalhos de controle”, disse.
Sobre a questão das transições conflituosas – que o ministro Temporão identificou como principal causa do surto nos
estados – o chefe-de-gabinete Nailton Prates afirmou que em Vitória da Conquista o processo se deu com tranqüilidade, tendo havido perfeita sintonia entre a equipe do ex-prefeito José Raimundo Fontes e do atual, Guilherme Menezes.
“Não houve nenhum contratempo. Todas as informações de projetos, programas e convênios foram analisados e as pessoas envolvidas na transição compartilharam com todo a equipe do novo governo as informações”, disse Nailton, segundo quem o ministro Temporão está correto em chamar atenção para questões de responsabilidade como esta. “O Governo Lula tem investido alto no combate à doença e não justifica um surto como este senão pela irresponsabilidade social de alguns gestores”.(Legenda: Ascom da Prefeitura de Vitória da Conquista).