Arquiteta diz que Itabuna pode viabilizar revitalização do Cachoeira

Num encontro com representantes do governo municipal, do Ministério Público e ambientalistas, durante palestra hoje, 25, no Tarik Plaza, a arquiteta Maria Cecília Barbieri Gorski considerou que Itabuna, cidade com mais de 210 mil habitantes e um dos pólos regionais de desenvolvimento, está pronta para formar uma comissão de revitalização do Cachoeira. Ela destacou ainda, que a cidade tem como ponto positivo nesse processo o envolvimento das pessoas com rio, o que também é um passo positivo para a solução dos seus problemas causados pelo impacto da ação do homem.

Ela falou da sua experiência em projetos ambientais na orla de Palmas, no Tocantins; em Itumbiara, Minas Gerais e no Parque da Lagoa de Carapicuíba, São Paulo, que ocupa uma área de 30 hectares , lembrando que o processo de despoluição pode levar até 25 anos: “Mas a deterioração não é um problema de pais em desenvolvimento, afetando também aqueles considerados ricos e altamente desenvolvidos”. A questão é tema da sua tese de mestrado Rios e cidades: ruptura e reconciliação, pela Universidade Mackenzie, onde comprara o caso de três rios brasileiros, com os rios Dom (Canadá), Los Angeles e Anacostis (Estados Unidos).
Para Maria Cecília Gorski os rios são importantes porque viabilizam a formação de aldeamentos, de abastecimento humano, ou mesmo como via de deslocamento e transporte, mas são afetados pelo impacto provocado pelo homem. Um exemplo negativo desse impacto foi a construção das avenidas marginais do Rio Pinheiros e Tiête, em São Paulo, facilitando a ocorrência de grandes enchentes.
A arquiteta observa que os problemas podem ser resolvidos com ações as mais diversas como a reintegração dos cursos de água à paisagem e à vida urbana, através de um processo dinâmico e gradual. Ela comparou o caso do Cachoeira, em Itabuna com o do rio Paranapiacaba e defendeu como alternativa um modelo de monitoramento de gestão permanente para a sua recuperação ambiental.
Ela destacou com essencial no processo um trabalho continuo de educação ambiental, mas lastreado por um elenco de ações como a criação de corredores verdes urbanos, articulação de políticas urbanísticas com a sua inserção no próprio sistema estrutural da cidade, alem da valorização da identidade local e do sentido da cidadania: “Mas nada disso funciona se não sensibilizarmos a população para a questão ambiental, que é o ponto comum em todos os projetos estudados”.
O sistema proposto inclui a realização de mutirões e pequenas ações, além de um conjunto de dez recomendações visando a manutenção da vazão natural do rio e dos córregos tributários, com a valorização das paisagens pluviais. Contempla ainda a implantação de um plano diretor e de um plano de drenagem urbana, com revisão do sistema viário e revitalização de áreas degradadas, tendo como suporte a educação ambiental: “Como uma proposta de reinvenção da cidade que deve ser repensada como um todo”, finalizou. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itabuna).