A construção de barragens subterrâneas vem despertando boas expectativas, um clima de entusiasmo e devolvendo a esperança de dias melhores às comunidades dos municípios do semiárido baiano. Até agora já foram construídas 19 barragens subterrâneas em Caculé, Rio do Antônio, Lagoa Real, Nova Soure, Nova Fátima e Casa Nova.
Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) responsável pelo projeto cede as retroescavadeiras, as prefeituras entram com o combustível, manutenção das máquinas e aquisição da lona, e as comunidades colaboram com a mão-de-obra em regime de mutirão.
A barragem subterrânea é construída no sentido transversal ao lençol freático. Abre-se uma vala com a retroescavadeira, variando entre 50 a 70 metros de extensão, em média, com profundidade oscilando entre 2m a 2,60m até a camada impermeável do solo, que é denominada de piçarra. Depois é colocada uma lona de dupla face com no mínimo 200 micra de espessura, para dar uma durabilidade maior – há registros de que uma obra dessa natureza pode durar mais de 30 anos -, sendo depois feita uma compactação dessa lona, devolvendo a terra tirada do solo. A lona irá segurar a água que infiltra no terreno e o produtor garantirá o plantio tanto no período chuvoso como no seco.
São gastos em média dois dias para a construção de uma barragem subterrânea de 60 a 70 metros de extensão, o que facilita fazer várias barragens em períodos curtos de tempo. As principais vantagens são a acumulação de água com reduzida evaporação, menor risco de salinização a liberação de áreas agricultáveis, normalmente cobertas com água nos reservatórios de acumulação superficial. Outro ponto positivo é o baixo custo exigido para a construção, que oscila entre R$ 1.500 a R$ 1.800.