Mesmo com a redução do índice de infestação predial de 16,5% para menos de 10%, a Secretaria Municipal de Saúde mantém o alerta com relação à dengue, que registrou, nos últimos três meses, 100 casos suspeitos, uma decorrência de condições climáticas favoráveis à reprodução do mosquito transmissor da doença. Nos próximos dias, equipes com 48 agentes de endemias e 13 supervisores de campo treinados pela 7ª Dires e Funasa vão realizar uma ação emergencial nos bairros do Novo Horizonte, Carlos Silva/Andaraí, Nova Ferradas, Pedro Jerônimo e Sinval Palmeira, que têm um índice de infestação superior a 20%, sendo consideradas áreas de alto risco.
Segundo o secretário da Saúde, Antônio Vieira, uma grande prioridade vem sendo dada à questão da dengue, que registrou este ano em Itabuna mais de 13 mil casos e oito mortes num surto epidêmico. Ele explica que, além de uma equipe de 280 agentes de endemias já habilitados, e de equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil atuando em campo, Itabuna está incorporando agora mais quatro viaturas para o combate à dengue, das quais três adquiridas com recursos próprios e outra doada pelo Ministério da Saúde. A Ceplac também contribui com a cessão de dois veículos e pulverizadores costais de inseticida utilizados na campanha.
Limpeza de canais e cobertura de tanques - Para Vieira, os dados mostram que Itabuna já registra avanços com a redução do índice médio de infestação predial, mas falta muito para atingir o nível ideal de 1%, o que vai exigir o empenho das equipes de campo e também uma participação da população, uma parceria decisiva nesta luta, envolvendo também clubes de serviço, associações de moradores e outras entidades. “A nossa proposta é mobilizar a sociedade, trabalhando para que, no próximo verão, a situação esteja sob controle e não haja o risco de uma nova epidemia”, enfatiza.
Como exemplo importante de redução de índice de infestação predial, Vieira cita o caso do bairro São Caetano, que chegou a ter 56% de infestação e hoje convive com uma taxa de 4%, servindo de referência para os projetos pilotos que serão deflagrados nos próximos dias nos bairros considerados de risco. “Isso demonstra que o trabalho é eficiente e atinge os objetivos numa luta que é de todos”, ressalva.
O secretário da Saúde de Itabuna destaca como importantes na estratégia de enfrentamento da dengue as parcerias com a Secretaria Estadual da Saúde e com o Ministério da Saúde, inclusive para a disponibilização de carros do tipo fumacê que serão utilizados nas áreas consideradas de maior infestação do mosquito. Além de intensificar as visitas domiciliares, o Município deverá distribuir seis mil capas de tanques solicitados à Dires prioriza a limpeza de canais e outras ações voltadas para a diminuição de focos, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Emasa.
Segundo Vieira, o plano de ação 2009/2010 de combate à dengue define ações integradas e uma meta de infestação predial de 4% até janeiro do próximo ano. Nas 28 semanas do terceiro ciclo – são realizados seis levantamentos anuais - a infestação chegou ao patamar de 9,78%, com o acompanhamento de 97 mil imóveis urbanos. O plano contempla a priorização de ações em áreas de risco.
Estratégias de prevenção - O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é, segundo o Ministério da Saúde, que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Por exemplo: caixas d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada.
Portanto, considerando essa facilidade de disseminação, é possível imaginar o grau de dificuldade para efetivamente combater a doença - o que só é viável com a quebra da cadeia de transmissão, eliminando o mosquito dos locais onde se reproduzem. A prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir da adoção de medidas simples, visando a interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença.
Na eventualidade de uma epidemia de dengue numa comunidade ou município, é necessário executar medidas de controle como o uso de inseticidas aplicados através de carro-fumacê ou nebulização, para diminuir o número de mosquitos adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia. A comunidade deve cooperar com o processo de nebulização, mantendo as portas e janelas das casas abertas, de modo a permitir a entrada do inseticida. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itabuna)