Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a Prefeitura de Lauro de Freitas lançou nova campanha contra a pedofilia e apresentou o balanço dos resultados de 2008. Segundo o levantamento, o município figura como o segundo da Região Metropolitana de Salvador em número de registro de denúncias. Para a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Maria de Lourdes Lobo, os dados são resultado de um trabalho intenso de combate à pedofilia, ação pioneira da gestão de Moema Gramacho.
“Não que tenha aumentado o número de casos de pedofilia, mas com a campanha de 2008 implementamos mecanismos para conscientização da população e abrimos portas para as denuncias”, esclarece a secretaria, lamentando que mesmo se tratando de um crime grave ainda exista subnotificação em muitas cidades do país. Em 2006, quando foi criado o programa Sentinela no município, foram registrados 47 casos, passando para 74 em 2007 e 105 até dezembro de 2008.
“O número é crescente por conta da intensificação das campanhas que não só conscientizam adultos, mas as próprias crianças e adolescentes, além dos pais“, reforça Lourdes Lobo. A secretaria está intensificando a ação através de palestras voltadas para professores, coordenadores pedagógicos, conselho tutelar, levando a consciência de autoproteção até a criança.
O programa municipal de combate à pedofilia, como ressalta a secretaria, se destaca dos demais também pelo trabalho de acompanhamento do violador. “Precisamos entender que ele é um ser humano que precisa de tratamento”, disse. Dados da Organização Mundial de Saúde demonstram que a maioria dos pedófilos sofreu abuso em algum momento da infância ou adolescência, vivenciada de forma traumática, desencadeando a patologia.
As campanhas são realizadas através do Centro de Referência Especializado de Assistência Social/Sentinela, com apoio do Governo Federal. O CREAS contabiliza hoje 43 acolhimentos, quatro audiências em 2009, sete agressores julgados e presos, 11 respondendo processo em liberdade. “Os números são reflexo de quanto a nossa população está entendendo a importância de denunciar”, acredita Kleberson Moreth, psicólogo do Creas. Até 2009 foram realizados 1.105 atendimentos, nove palestras, cinco capacitações envolvendo 250 pessoas.
Na segunda campanha cujo slogan é “Eu digo não à pedofilia”, as denúncias podem ser realizadas pelo disque 100 de qualquer aparelho de telefone fixo ou celular ou diretamente no telefone do CREAS/Sentinela 3289-3435. Na denuncia deve ser informada o nome do agressor e da vítima, bem como o endereço com bairro e ponto de referência. É guardado o sigilo do denunciador. A recomendação é que a denúncia seja feita com muita responsabilidade para que não se condene um inocente. A data foi instituída em 2000, para lembrar crime ocorrido em 1973, em Vitória (ES). Todo País ficou chocado pela brutalidade com que a menina Araceli Cabrera Sanches foi violentada e morta. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Lauro de Freitas).
