Cachoeira comemora emancipação dia 13

A histórica cidade de Cachoeira, distante 110 km de Salvador, no Recôncavo baiano completa 173 anos de elevação à categoria de cidade no dia 13 de março. O aniversário será marcado por uma diversificada programação elaborada pela prefeitura por meio da Secretaria de Cultura e Turismo do Município e Câmara de Vereadores, que inclui atos cívicos, manifestações culturais e atividades esportivas. A programação da Câmara de Vereadores será aberta na terça-feira 9, às 19h, com a exposição Memórias, de fotos antigas da cidade de seus moradores. No mesmo dia, o presidente da Câmara, Carlos Menezes Pereira, lança o concurso de redação para estudantes do ensino médio e fundamental de instituições da rede pública municipal e estadual, com tema “A contribuição de Cachoeira para a formação sociocultural do Brasil.

Nos dias 10 e 11, na Câmara de Vereadores, serão exibidos filmes de curta-metragem de realizadores baianos, que têm como temas a cultura ou a própria cidade como cenário. No dia 13, dia do aniversário de Cachoeira, a programação da Câmara começa às 8h com alvorada festiva, seguida de hasteamento das bandeiras do Brasil, da Bahia e de Cachoeira, por autoridades, às 8h30m será realizado culto ecumênico na Câmara de Vereadores e às 9horas, terá inicio a sessão solene tendo como orador oficial, o jornalista Jorge Luis Ramos.

Às 14 horas nas escadarias do prédio da Câmara será lançado o projeto Sambando na Diversidade Cultural de Cachoeira com apresentação dos sambas de roda Esmola Cantada, Samba da Baixa Grande, Filhos do Caquende com o samba mirim Filhas de Yamin. A prefeitura para celebrar o aniversário de Cachoeira programou apresentações de teatro, dança, coral, baile com as filarmônicas Lyra Ceciliana e Minerva Cachoeirana, além de shows com Sine Calmon, Banda Black Style, arrastão popular com A Bronka, entre outras atrações, nos dias 12,13 e 14. De 11 a 13 acontecem as atividades esportivas envolvendo atletas e clubes cachoeiranos.

Considerada como uma das mais importantes cidades históricas do Brasil, Cachoeira, completa 173 anos de existência, experimentado um momento de expectativas otimistas para o seu desenvolvimento socioeconômico. Há quatro anos, vive a realidade de sediar o um campus da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia que oferece no CAHL - Centro de Artes, Humanidades e Letras cursos de Comunicação, Cinema, História, Museologia, Assistência Social, Ciências Sociais. A unidade de ensino está instalada no Quarteirão Leite Alves, onde funcionou uma antiga fábrica de charutos e cigarrilhas. O velho prédio arruinado foi totalmente restaurado e adaptado pelo Programa Monumenta do Ministério da Cultura, para abrigar os cursos universitários,dentro da proposta de revitalizar a cidade histórica.

O otimismo da revitalização de Cachoeira deve-se, principalmente, as ações do Programa Monumenta que conta recursos do Governo Federal, financiamento do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e contrapartida do governo do Estado da Bahia. Nos últimos anos, o Monumento investiu na restauração de importantes prédios históricos, igrejas, além do financiamento através da Caixa Econômica da restauração de imóveis particulares. “Cachoeira vive um grande momento na sua história”, comemora o vereador Carlos Menezes Pereira, atual presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Para o vereador, as iniciativas preservacionistas que trouxeram um novo alento para a economia do município reforçam a tese de que o futuro de Cachoeira depende da sua riqueza cultural. “Se a cidade não fosse tombada como Monumento Nacional, hoje não teríamos esses investimentos, tampouco poderíamos contar a nossa história por meio por meio do nosso valioso acervo arquitetônico.

O advogado e ex-vereador José Luiz da Anunciação Bernardo costuma dizer que a implantação do campus da UFRB em Cachoeira, é um marco na história do resgate da importância da cidade no cenário nacional. ”A universidade é o maior investimento das últimas décadas para Cachoeira, a instituição será responsável uma nova dinâmica nos aspectos socioeconômicos da cidade”, exulta o advogado. O artista Fory também compartilha deste pensamento. “Cachoeira já conheceu o apogeu,

o declínio, mas agora acho que está trilhando os caminhos para um desenvolvimento perene vinculado à cultura e ao conhecimento, o tempo tem provado que a nossa vocação não é para a indústria, mas para o turismo e serviços que pode e deve beneficiar todos os segmentos da sociedade”, disse o artista.

Memória - Cachoeira nasceu às margens do Rio Paraguaçu, no século XVI, quando os engenhos de cana de açúcar começaram a ser instalados na região do Recôncavo. Antes da colonização, era habitada por tribos indígenas. Seu desenvolvimento teve início a partir da primeira metade do século XVII. Esta evolução está vinculada aos colonizadores Paulo Dias Adorno e Rodrigues Martins, donos da terra em que fora assentada a povoação que deu origem a cidade. O entorno da atual capela de Nossa Senhora d’Ajuda, construída no engenho da família Adorno, sob invocação de Nossa Senhora do Rosário, é considerado o marco inicial da povoação, que em 1674 foi convertida em freguesia. Em 1698, a então freguesia alcança a categoria de vila com denominação de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. Com a expansão da economia açucareira e da atividade comercial, a vila prosperou principalmente nos séculos XVII e XVIII, quando se construíram belas casas, igrejas e conventos, valiosas peças da arquitetura da influência barroca.

Graças à sua localização privilegiada, na fronteira entre as regiões do Recôncavo e Sertão, a vila prosperou consideravelmente. Para ela, convergiam duas importantes vias: A Estrada Real do Gado, que atingia a zona de criação de gado e as barrancas do rio São Francisco, e a estrada das Minas, partindo da vizinha São Félix se dirigiam à Chapada Diamantina, Minas e Goiás. Como ponto de transbordo das vias fluvial e terrestre transformou-se em empório de uma vasta região. Durante o século XVIII, experimentou grande desenvolvimento, quando era alto o preço do açúcar e abundante o ouro do Rio de Contas.

Cachoeira, um dos poucos meios de comunicação entre o litoral e o interior do país desde o tempo do Brasil Colonial. Foi durante décadas praticamente a única ligação entre a cidade da Bahia e o Sertão levando e trazendo notícias, gente e mercadorias. Em 25 de junho de 1822 na então Vila de Cachoeira foram travadas as primeiras lutas da guerra pela Independência do Brasil, consolidada somente em 2 de Julho de 1823.O trecho navegável do Paraguaçu terminava em Cachoeira, de onde partiam tropeiros e a ferrovia para o interior do Brasil. Cachoeira era um entreposto e viveu nessa época o seu apogeu econômico e político e cultural.

Em 13 de março de 1837, por força de decreto provincial, Cachoeira foi elevada à categoria de cidade com a denominação de Heróica Cidade da Cachoeira - Lei Nº. 43, assinada pelo então presidente da Província da Bahia, Francisco de Souza Paraízo. A cultura de Cachoeira resulta da mistura das heranças do índio, do branco europeu e dos negros africanos que trazidos como escravos. A secular Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte é um exemplo da força da tradição cultural religiosa do povo cachoeiranos que também preservar festas como a de Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora do Rosário e a Feira do Porto e o São João no mês de junho. Por sua importância histórica e política, todos os anos no dia 25 de Junho, a sede do governo do estado é transferida para Cachoeira. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Cachoeira)