A cidade de Juazeiro sedia até o dia 4 de junho, no Grande Hotel, o II Seminário Regional de Saúde sobre doenças e agravos não-transmissíveis, dando continuidade ao processo de implantação - nos 27 municípios da região Norte - da ficha de notificação das violências: psicológica, emocional, contra mulher, criança, dentre outros tipos, obrigatório na Bahia, desde janeiro de 2009. O objetivo do encontro, que terá oficinas práticas para capacitação das equipes, também está sendo para discutir os tipos de agravos não transmissíveis, que hoje representa a maior causa de mortalidade na maioria dos municípios da Bahia, segundo informações de uma das integrantes da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia (DIPEV), Eleuzina Falcão, uma das palestrantes do evento.
O seminário reúne os agentes comunitários de saúde, enfermeiros e dentistas, da Secretaria de Saúde de Juazeiro e das Diretorias Regionais de Saúde (Dires) de Paulo Afonso e Senhor Bonfim, além dos vários segmentos da Segurança Pública, como Polícias Civil, Rodoviária Federal, Delegacia da Mulher, trânsito municipal, dentre outros, que durante todo o dia de hoje foram sensibilizados com os dados de violência na Bahia e região. “Além das notificações, será necessário que aconteça o devido encaminhamento com medidas corretas e com a rede organizada. É um trabalho de parceria. Essa questão não se esgota na saúde, que apenas se responsabiliza pelas conseqüências dos agravos que se refletem através dos internamentos e dos atendimentos especializados”, comentou Eleuzina Falcão.
De acordo com uma das diretoras da DIPEV, a finalidade da ficha é dar visibilidade ao problema. “Assim como notificamos na Vigilância Epidemiológica os casos de Meningite, Rubéola e outras doenças precisamos conhecer os casos de violência para sabermos o tamanho do problema que o Estado tem. Hoje esse mapeamento é feito apenas através do sistema de informação hospitalar das pessoas que chegam vítimas de violência, pois fica registrado no prontuário e pelo Sistema de Mortalidade, mas sabemos que muitos casos não são registrados como oriundos de violência. Com a implantação da ficha de notificação teremos mais clareza e concisão com as informações para que possamos enfrentar de forma mais organizada”, explicou Eleuzina Falcão.
Segundo dados do coordenador do Núcleo de Prevenção de Violência e Cultura de Paz de Juazeiro, Cláudio Claudino, as fichas serão usadas no município logo após a conclusão do seminário e das oficinas, que será o momento prático para que os profissionais da Rede Básica e Hospitalar possam saber como preencher devidamente as fichas de notificação, que serão usadas nos postos de saúde, hospitais, além das unidades de referência para esses tipos de atendimentos. “A finalidade é organizar a Rede Municipal para que os profissionais fiquem mais sensíveis com estes tipos de casos e o Governo do Estado e Municipal possam intervir de maneira positiva”, registrou.
“Este evento marca um momento importante para Juazeiro, pois a implantação das fichas vai facilitar as notificações para tomarmos conhecimento real do que está acontecendo em nosso município e no Estado. Quantas pessoas estão morrendo, quais são as causas e como se evitar estes problemas, será umas das perguntas que serão respondidas com mais objetividade ao longo do processo”, revelou a enfermeira das Unidades de Saúde da Família (USF), Isanna Melo.
A enfermeira de referência das doenças e agravos não-transmissíveis da 15º Dires, Maria Celeste Félix de Souza, falou sobre a importância do evento. “A violência é um dos problemas que nós não temos números e através desta capacitação, os municípios poderão implantar a ficha de notificação e somar dados bem mais próximos do real. Através deste banco de dados serão formuladas ações para redução da violência”, assegurou.
As principais doenças e agravos não transmissíveis são homicídios, agressão, suicídio, afogamento e acidentes de trânsito. O seminário acontece simultaneamente na Univasf, no laboratório de informática, das 14h às 17h e no Grande Hotel, das 9h às 12h. Na programação, oficinas de treinamento para a implantação da ficha de notificação e investigação de violência. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Juazeiro)
