Visando implementar uma série de medidas para a prevenção contra a leptospirose, uma doença infecciosa febril, que matou cinco pessoas em Itabuna, com o registro de 15 casos suspeitos ao longo de 2009, o secretário da Saúde, Antônio Vieira, vem realizando uma série de reuniões com técnicos da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Ele também pretende desenvolver um trabalho educativo nas escolas, complementado com a distribuição de 15 mil panfletos em feiras livres, pontos de ônibus e nos bairros da periferia, visando sensibilizar a população para o problema.
Alerta ainda, quanto a necessidade de redobrar os cuidados com relação à dengue uma vez que em função da ocorrência de chuvas, são criadas condições para a reprodução do mosquito aedes aegypti, causador da doença.
A enfermeira Flávia Paraventi, responsável pelas doenças de veiculação hídrica, antirábica e leptospirose da Vigilância Epidemiológica informa que os cinco óbitos ocorreram com pacientes residentes no Santa Inês, Parque Boa Vista, Jardim Primavera, Fonseca e Antique, mas os casos suspeitos foram registrados também em Ferradas, Mangabinha, Pedro Jerônimo e até mesmo no centro da cidade, o que indica o risco da doença em diversos pontos da malha urbana itabunense.
Hoje, segundo ela, estão internados dois pacientes com suspeita da doença, sendo um de Itabuna e outro de Arataca. “Já enviamos para todos os hospitais e clinicas da cidade um alerta epidemiológico sobre a leptospirose, uma doença cuja incidência aumenta no período das chuvas que estão começando agora, com a proximidade do inverno ou com a ocorrência de enchentes”. Observa ainda que como Itabuna não registrou nenhuma enchente, a atenção deverá estar focada em problemas da própria infraestrutura urbana, como depósitos de lixo a céu aberto, bueiros entupidos, esgotos e canais.
A Vigilância Epidemiológica intensificou a fiscalização e vistorias em escolas, albergues e abrigos, bem como o envio de um documento a diversas secretarias, com sugestões de ações visando evitar a ocorrência de um surto epidêmico. “Estamos também produzindo uma cartilha orientando a população e realizando um trabalho de educação em saúde nas escolas”, complementou.
Um problema, segundo Flávia Paraventi, é que a leptospirose é uma doença que exige um diagnóstico diferencial para a dengue, pois apresenta sintomas similares como cefaléia, febre e dores no corpo. Essa aparente similaridade dificultou o atendimento de alguns pacientes durante a recente epidemia de dengue em Itabuna, que acabaram tendo um diagnóstico tardio, gerando complicações no seu quadro de saúde.
Para eliminar possíveis dúvidas, a Vigilância Epidemiológica elaborou um protocolo de atendimento para leptospirose, orientando para que seja verificado se o paciente teve contato com água, lama ou esgoto nos últimos 30 dias e solicitando um leucograma entre os exames laboratoriais, a partir do sétimo dia da apresentação dos sintomas. Caso confirmado, é orientada a hidratação do paciente e o uso de antibióticos específicos, um medicamento não utilizado contra a dengue.
Flávia Paraventi considera que uma outra ação importante no trabalho de prevenção foi o investimento na capacitação da equipe de enfermagem e de residentes de medicina do Hospital de Base, que tratou a maioria dos casos registrados até agora, além de atender a pacientes de outros municípios removidos para Itabuna. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itabuna)