O PETI de Poções levou as ruas na semana passada os monitores e alunos na mobilização do dia internacional contra o trabalho infantil. Segundo o Coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil de Poções Erisvaldo Santos Pereira, a distribuição de panfletos feitos principalmente na feira livre e ao longo da BR 116, deixou a população ciente da importância de erradicar o trabalho de crianças e jovens em nosso município, “o objetivo é sensibilizar toda a sociedade na prevenção e erradicação do trabalho infantil, em especial nas suas piores formas, para que a infância seja de fato, um tempo de brincar e aprender, de estudo e lazer. Isso porque o trabalho precoce prejudica a saúde física e emocional, impedindo no futuro uma digna inserção dessas crianças e adolescentes em uma vida melhor”, afirmou Erinho.
A semana foi marcada ainda por palestras nas escolas e uma missa celebrada na Igreja Matriz pelo Padre Estevam Santos e uma peça teatral encenada pelos alunos do PETI. A Secretária de Ação Social, Mariana Rodrigues de Carvalho, desde que assumiu a pasta vem tratando do tema com carinho e responsabilidade, “somente com ajuda do governo, das entidades e da população, poderemos agir firme em defesa das crianças. Temos muita a fazer para um dia não só Poções como a Bahia e o Brasil fiquem livres desta prática que os pais fazem pensando que estão beneficiando os filhos, o que não é verdade”, afirmou Mariana.
A reportagem do Decom ouviu algumas crianças durante a mobilização, Jhonatas Jesus Silva, Rodrigo de Jesus Silva, Oberdan de Jesus Silva, Fabrício Rocha da Silva e Fernando Lopes Lima, disseram que no PETI tudo é diferente, jogam futsal e vôlei, praticam outros esportes, tem alimentação, fardamento, carinho dos monitores, coordenador e da tia Mariana, eles falaram ainda que no PETI ficam seguros e fora da rua praticando coisas ruins.
Um triste retrato da infância na Bahia vem dos dados, onde o Estado tem o maior número de crianças e adolescentes trabalhando, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Em 2007, de acordo com o Ministério Público do Trabalho, existiam na Bahia 438 mil trabalhadores entre 10 e 17 anos; no mesmo ano, mais de 23% do total de adolescentes baianos estudavam e também trabalhavam. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, 10% do total de meninas e meninos trabalhadores do Brasil estão aqui na Bahia. “Não tenho sonho não”, diz Roberto Cerqueira, 12 anos.
O Brasil tem a questão econômica, de pobreza, onde 50% das famílias baianas vivem com uma renda abaixo de meio salário mínimo. Para o prefeito Luciano Mascarenhas o seu governo vem aprimorando os programas sociais, “políticas públicas de ação social, de educação e de saúde devem trabalhar juntas, se as crianças não estudam, elas vão condenando essas famílias a continuarem um ciclo de pobreza interminável”, avalia Luciano.
A lei é clara: quem tem menos de 16 anos não pode trabalhar. Mas a partir dos 14 é permitido participar de programas de jovens aprendizes. Poções ainda tem muito a fazer para tirar crianças das ruas e somente com programas e convênios com as empresas, podem colocar jovens aprendizes no mercado de trabalho, sem abandonar os estudos e a família. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Poções)