Lauro de Freitas volta a sofrer com fortes chuvas

Chuvas fortes voltaram a castigar o município de Lauro de Freitas na quarta-feira (14), deixando inúmeras localidades literalmente debaixo d´água, como Villas do Atlântico, Lagoa da Base e Portão, em local conhecido como Sempre Verde. Na Lagoa da Base, apenas os barcos se tornaram meios de transporte seguro e a prefeita Moema Gramacho apelou a todos que não desafiassem a força das enchentes, evitando os pontos mais críticos. Até ontem, as estimativas de prejuízo eram de R$ 40,19 milhões, sem contabilizar os danos causados pelo temporal de hoje.

No centro da cidade, o Rio Ipitanga que corre paralelo a Estrada do Coco transbordou. De acordo com a Defesa Civil local, o maior volume de chuva coincidiu com a maré alta no final da tarde, agravando ainda mais a situação. A estimativa é que tenha chovido mais nesta tarde do que nos quatro dias da semana passada, cujos estrados já haviam levado a Prefeitura a decretar estado de emergência no município.

No final da tarde, a Prefeitura apelou aos proprietários de barco para que ajudassem a recolher as famílias ilhadas. Desde cedo, barcos de pescadores da Colônia Z 57 já estavam á disposição da Prefeitura, retirando idosos e crianças do Sempre Verde, em Portão. No início da noite, a água cobriu a ponte no Km 4 da Estrada do Coco, impedindo o trânsito, e a Polícia Rodoviária Estadual avaliava se seria necessário interditar a pista.

Na avenida Luis Tarquínio, principal rua comercial local, a água invadiu lojas e danificou veículos e equipamentos. A Mário Epinhgaus, que dá acesso a Praia de Ipitanga, foi interditada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte. “Os ônibus não passam, não tem jeito de chegar em casa. E de carro é ainda mais complicado”, disse a administradora Janaína Lemos, que mora em Ipitanga. “Próximo de minha casa, o rio Sapato provavelmente deve ter transbordado. E estou ainda mais preocupada, pois meus filhos estão em casa com a empregada”, disse a administradora, que tentava, depois de quatro horas, chegar em casa. No final de linha dos ônibus, no Centro da cidade, a Rua dos Vereadores (no loteamento do Jockey Club) e no loteamento Miragem, em Buraquinho, a água invadiu casas e assustou moradores.

“Moro aqui há mais de 20 anos e nunca vi um volume de água como este. Foi muita água em poucas horas e com o solo já encharcado e a maré alta, o resultado é este caos que estamos vivendo”, afirmou o aposentado Osvaldo da Silva, morador de Buraquinho. O vendedor Robertino dos Santos, que mora na Lagoa da Base com a esposa e um filho, disse que a noite desta quarta-feira seria de “total desespero”. “Todas as casas aqui estão debaixo d´água”, disse Robertino. Ele contou que a água já havia passado de um metro de altura.

No local, as duas bombas de sucção colocadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura para tirar água das ruas não deu vazão ao volume que invadiu casas. Equipes da Secretaria de Serviços Públicos, de Assistência Social e Cidadania e da Defesa Civil se desdobraram no atendimento à população dos locais mais críticos. A Defesa Civil ainda não tem o número exato de famílias abrigadas no Terminal Turístico de Portão, Escola de Areia Branca, Colégio Jardim Talismã e Escola de Cadetes. Associações de Moradores de várias localidades abriram suas portas para abrigar moradores desalojados pela chuva.

Remoção – O secretário de Governo e coordenador da Defesa Civil, Ápio Vinagre, que atuou pessoalmente no socorro às pessoas ilhadas e vítimas dos deslizamentos e quedas de árvores preparou o documento de Avaliação de Danos (Avadan) que será enviado às defesas civis da Bahia e da União como justificativa para o estado de emergência decretado pela prefeita Moema Gramacho, na sexta-feira. Ele destacou ainda que a prefeitura fará estudo dos riscos nas áreas mais vulneráveis e vai retirar dos locais aqueles que ocuparem áreas que sejam condenadas para moradia. “Nas encostas, as pessoas ocupam e fazem também intervenções nos taludes, o que deixa as encostas ainda mais instáveis”, exemplificou Ápio.

Vinagre comparou o número de registros de quatro dias de chuva da semana passada, com os três meses deste ano. “De janeiro para cá a Defesa Civil atendeu 300 ocorrências na cidade, mais da metade deles ocorreram apenas nos quatro primeiros dias de chuva da semana passada”, destacou o secretário e coordenador da Defesa Civil, que ainda não tinha números sobre os registros desta quarta-feira. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Lauro de Freitas)