Sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas vai reduzir poluição de rios

Com investimento da ordem de R$170 milhões do governo federal mais recursos estaduais e municipais, Lauro de Freitas ganhará um sistema de esgotamento sanitário (SES) que deve solucionar um dos problemas históricos do município: a poluição dos rios, do mar e do lençol freático. O projeto prevê a construção de uma rede coletora que aproveitará o sistema já existente e as elevatórias para canalizar todo o esgoto doméstico da cidade até o interceptor da Avenida Paralela. De lá o esgoto será direcionado à estação de condicionamento prévio do Sistema de Disposição Oceânica (SDO Jaguaribe), cujas obras já se encontram adiantadas.

A informação foi divulgada pela gerente de ações ambientais da EMBASA, Ana Paula Meira, que apresentou o sistema projetado para Lauro de Freitas, durante seminário promovido pela Secretaria Mundial de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas. Para ela, “além da melhoria da qualidade de vida de toda população, o sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas aponta com minimização de um percentual significativo do lançamento de esgotos nos rios, principalmente o Joanes, que recebe a contaminação de vários afluentes”.
Cidade cortada por cinco rios (Joanes, Sapato, Ipitanga, Goró, Itinga e Metrópole), além de mais de 60 córregos, Lauro de Freitas tem 8,5 Km de orla marítima e um histórico de degradação e descaso. “Foram anos de omissão de vários governos que taparam os olhos para o lançamento irresponsável de esgotos nas águas de nossos rios e para a contaminação de nossos mananciais”, acusa o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos, Vidigal Cafezeiro. O SES de Lauro de Freitas será realizado em duas etapas, beneficiando as macro bacias Flamengo, Areia, Picuaia e Ipitanga. Ana Paula Meira explica que o iniciar das obras no município vizinho de Salvador depende da conclusão do SDO Jaguaribe, prevista para ser finalizada ainda este ano. “Não podemos canalizar o esgoto para uma estação de tratamento que ainda não foi concluída”, explica.
Capaz de processar de 3 mil a 5,9 mil metros cúbicos por segundo (m³/s), a estação vai tratar esgotos de parte do sistema de Salvador e de Lauro de Freitas, lançando ao mar efluente, livre de sólidos e partículas em suspensão, através do emissário submarino da Boca do Rio. O Sistema já está em fase adiantada de construção. Iniciado no final de maio de 2008, ele atenderá a três novas bacias de esgotamento e mais de 60 mil novas ligações domiciliares nas bacias já existentes incluídas no projeto de ampliação do sistema de esgotamento de Salvador previsto para ser concluído em 2012 com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.
O projeto de construção da rede coletora e interligação, segundo a representante da Embasa, já se encontra aprovado, aguardando apenas o licenciamento ambiental das obras e as licitações para começarem efetivamente. O “start” deverá ocorrer logo que forem concluídas as obras de construção do Sistema de Disposição Oceânica Jaguaribe.
Projeto piloto para salvar rios começa pelo Sapato - Escolhido pela sua pequena dimensão de 5,5 Km, o Rio Sapato será atendido com projeto que servirá como piloto para o saneamento dos demais. O SOS Rio Sapato consiste na implantação de dez pontos de monitoramento - identificando e cadastrando fontes poluidoras, levantando áreas críticas necessárias para a recomposição da Mata Ciliar e o levantamento dos pontos de assoreamento no leito do rio. Com o projeto, a perspectiva é reduzir em um terço a incidência de carga orgânica no período de um ano. “O projeto representa um investimento em torno de R$120 mil, baixo em relação aos benéficos que trará”, declara Laurindo Galdino, diretor do Departamento de Saneamento Ambiental (DSA). A despoluição dos rios trará melhoria também às praias, além da redução de doenças e promoção de qualidade de vida. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Luro de Freitas).