O repasse dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) com base nos percentuais do ano passado foi uma luta desencadeada pelas associações de municípios de todo o País. Os protestos das prefeituras por mais recursos ganharam corpo à medida que a crise econômica foi se agravando. Responsável por serviços diretos em prol das comunidades, as prefeituras sentiram os efeitos da crise e, para que parte desses serviços não ficasse prejudicada, tiveram que buscar uma compensação.
Na Bahia, a União dos municípios da Bahia (UPB) foi uma das entidades que mais lutaram pela compensação. Liderada pelo presidente Roberto Maia, que também é prefeito do município de Bom Jesus da Lapa, a entidade organizou alguns encontros para que os prefeitos pudessem discutir a crise dos seus municípios e reivindicassem soluções junto aos governos federal e estadual. Segundo a UPB, os protestos tinham como objetivo mostrar a dificuldade que os municípios vinham tendo para honrar os seus compromissos, mas chegaram a ser interpretados como um ato contra o governo.
O presidente da UPB, Roberto Maia, chegou a entregar um documento com três reivindicações básicas ao governador Jaques Wagner (PT), que também tinha como objetivo o socorro aos municípios. Mas, segundo ele, a entidade não foi atendida. O documento solicitava ajuda do estado às prefeituras em relação ao transporte escolar, segurança pública e aumento do repasse do Programa de Saúde da Família. Além da queda nas receitas, os prefeitos queixavam-se da forma como o governo federal estipulou a renegociação das dívidas dos municípios com o INSS. Endividados, eles permaneciam inadimplentes, o que os impedia de realizar novos empréstimos.(Fonte: Tribuna da Bahia)