Ajuste na máquina reduz prejuízo com arrecadação

Camaçari, sede do maior complexo industrial integrado da América Latina, com cerca de 90 empresas, também contabiliza os prejuízos financeiros gerados com crise econômica. Desde novembro que a Prefeitura vem tomando todas as medidas possíveis para amenizar os efeitos da crise mundial. Cortes de despesas, racionalização de custos e busca de alternativas para reduzir os prejuízos sem afetar o funcionamento da máquina estão sendo postas em prática em todas as secretarias. Nos quatro primeiros meses de 2009, a queda na arrecadação bruta foi de R$ 13,3 milhões, 11,68% menor que os R$ 164,6 milhões de janeiro a abril de 2008.

Com as receitas próprias, formada pelo Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Serviço (ISS), Imposto de Transmissão Inter Vivos (ITIV), taxas municipais e parte do Imposto de Renda (IR), o Município arrecadou pouco mais de R$ 2,8 milhões, 5,85% menos que em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro quadrimestre de 2008, a receita própria foi de R$ 48.598.081,37, enquanto neste ano, o número ficou em pouco mais de R$ 45, 7 milhões.
Principal fonte de receita do Município e responsável por quase metade da arrecadação, o ICMS registrou queda de 12% nos quatro primeiros meses de 2009. Segundo o secretário da Fazenda, Paulo César Gomes, os R$ 87,9 milhões do mesmo período de 2008 caiu para pouco mais de R$ 77 milhões este ano. A redução na produção do segmento químico e petroquímico foi a maior causa. O setor, um dos maiores exportadores, vive uma de suas piores fases de retração provocada pela crise mundial.
O orçamento previsto para 2008 foi de R$ 487 milhões. A receita realizada foi de R$ 534 milhões e a despesa executada superior a R$ 536 milhões. O déficit de R$ 1,7 milhão foi coberto pelo superávit financeiro de 2007, de R$ 22 milhões. A previsão orçamentária aprovada para este ano foi de, aproximadamente, R$ 556 milhões. Em virtude da desaceleração da arrecadação, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) decidiu pelo bloqueio de gastos até a recuperação do cenário econômico. O Município calculou R$ 84,8 milhões o valor de cortes e bloqueios.
O valor é equivale a R$ 15,25% do orçamento. “À proporção que tivermos receita, podemos liberar os recursos bloqueados no contingenciamento”, informou o secretário da Sefaz. O objetivo é controlar as despesas e manter o equilíbrio fiscal conforme determinação da Lei Complementar nº 101, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. A atualização da Planta Genérica de Valores, instrumento que reajusta o valor do metro quadrado do solo municipal, e o Código Tributário são projetos de Lei que serão enviados para apreciação e votação do Legislativo, no segundo semestre. As adequações à nova realidade além de tornar o sistema de arrecadação mais justo, busca novas fontes de receita.
Um grande esforço de arrecadação, com a cobrança de débitos, completa esse trabalho de redução das perdas provocadas pela crise mundial. Só de valores de IPTU, responsável por cerca de 80% da Dívida Ativa, são mais de R$ 40 milhões. Uma ampla estrutura, com três Centrais de Arrecadação Municipal (CAM), uma localizada na sede, outra na orla e uma terceira em Salvador estão preparadas para efetuar essas negociações. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Camaçari)