Ituberá, capital das águas do baixo sul, comemora 100 anos de emancipação

O município de Ituberá comemora nesta sexta-feira, dia 14 de agosto, 100 anos de emancipação política. Durante três dias a cidade estará em festa com alvorada às 05h da matina da sexta feira, seguida de missa em comemoração ao centenário na Igreja de Santo André (07h), desfile cívico (08h), cordão da saudade (17h) e à noite, festa dançante animada pelas bandas Delírios do Olhar, Harmonia do Samba e Karamba na Kara. No sábado, dia 15, show do Massarada, Abadada e Swing Virado. E no domingo, 16, programação evangélica com apresentações de bandas locais e grande culto.

A “capital das águas do baixo sul”, como Ituberá é conhecida, está em festa. Com sede na aldeia jesuítica de Santo André, formou-se a povoação de Nova Santarém, nome simplificado posteriormente para Santarém. Em 1909, a Vila de Santarém foi elevada à categoria de cidade. Em 1943, seu nome mudou para Serinhaém e, em 1944, passou a se chamar Ituberá.

ANDEIA - A localidade originou-se de uma aldeia indígena da tribo Tupinambá, inicialmente constituída de menos de uma centena de palhoças com cerca de 300 habitantes. Mais tarde foi ocupada por portugueses e mamelucos que, juntos, por volta da primeira metade do século 18, formaram a povoação de Santarém, onde foi erguida uma igreja em louvor a Santo André. A denominação de Santarém deve-se a uma homenagem dos portugueses a uma cidade secular da sua terra natal. Posicionada em um local estratégico, bem acima do nível do mar, a vila possibilitava uma visão completa do estuário, permitindo que os habitantes locais percebessem, a tempo, a penetração das naus francesas e holandesas na enseada.

Ituberá é um município muito rico em belezas naturais. A exuberância da sua bio-diversificada mata atlântica chama a atenção por suas cachoeira, estuários, manguezais, bacias e restingas, que constituem um celeiro de uma fauna e flora riquíssimas. O exoterismo das culturas do dendê, piaçava, coco, cravo, seringueira, guaraná, flores, dentre outras e o seu bucólico litoral de praias virgens e águas doces, fazem dessa cidade um endereço turístico para quem busca o descanso e a contemplação dessas riquezas naturais. Além disso, o município conta com uma culinária bastante apreciada por suas bebidas e comidas típicas, além do seu artesanato e folclore.

TURISMO - Encravada entre as encostas íngremes e os grandes manguezais do Canal do Serinhaém, cortada ao meio pelo Rio Santarém, Ituberá é uma cidade importante para a região do baixo sul do Estado. Num dos trechos do Rio dos Cágados, na área urbana, fica a Cachoeira de Castro Alves. No turismo o destaque está na área de proteção ambiental da Cachoeira de Pancada Grande, localizado na zona rural, limitando Ituberá e Igrapiúna. Caracterizada pela existência da expressiva cachoeira de Pancada Grande, localizada no baixo curso do rio Cachoeira Grande, que possui uma queda de aproximadamente 80 metros. A área está situada na margem esquerda do referido rio, com a presença de remanescente de Mata Ciliar, além de componentes endêmicos da ave e fauna.
Vale conferir também a Casa do Colecionador, que oferece aos visitantes, coletâneas de reproduções ilustradas de antigas coleções, em forma de estampas. Vários campos do conhecimento são objeto das coleções apresentadas como história, geologia, mineração, geografia, botânica, zoologia, sociologia, antropologia, meio ambiente, arquitetura, artes, literatura e religiões. Através das exposições, é permitido ao visitante uma viagem no tempo, percorrendo a pré-história e a história da aventura humana no planeta Terra.

ACESSO - Ituberá conta com uma população de mais de 24 mil habitantes, tendo uma superfície de 345 quilômetros quadrados e 302 quilômetros distante de Salvador, com rodovias de acesso pela BA-001 e BA-250. O município é um dos grandes produtores de borracha, e na pecuária se destaca o rebanho de muares. O píer de atracação no Canal de Serinhaém tem saídas para alguns povoados ribeirinhos, além de uma pista de pouso. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, datada da primeira metade do século XIX, é um belo monumento, ao qual se tem acesso por uma longa escadaria. A torre sineira tem terminação em bulbo bizantino, revestida de pastilhas.
Construída em meados do século XVIII, a Igreja de Santo André também se destaca na paisagem urbana. Ela foi erguida em homenagem ao padroeiro da cidade e fica no alto, permitindo uma visão panorâmica da cidade. No local é realizada uma festa regional em homenagem ao padroeiro, com barracas armadas para a venda de comestíveis. As ruínas de engenhos e a forte presença da cultura negra evidenciam a importância da cana-de-açúcar em tempos coloniais. Não por acaso, portanto, há no município comunidades remanescentes de quilombos (Ingeria e Lagoa Santa).