Tentando agilizar a reabertura da gruta do Poço Encantado, uma das mais famosas atrações da Chapada Diamantina, no município de Itaetê, e que foi interditada há dois anos, os prefeitos das cidades que fazem parte da Chapada Diamantina estão fazendo um apelo às autoridades para que a situação seja resolvida. A reabertura é uma expectativa de moradores e políticos da região, que aguardam uam posição do Ibama para que o local volte a ser visitado.
Com a interdição, que ocorreu em 6 de novembro de 2007, mais de 10 mil turistas deixaram de visitar o local nestes últimos anos, trazendo prejuízos para a região. A interdição gerou uma campanha encabeçada pela União dos Municípios da Chapada Diamantina (UMDC), que afirma que vários transtornos vêm sendo contabilizados na região, pricipalmente na rede hoteleira, que perdeu muitos investimentos devido à queda no fluxo de turistas e com isto ficaram inadimplentes com financiamentos que realizaram para ampliação do negócio.
"Houve um aumento na taxa de desemprego na região, pois restaurantes, hotéis e agências perderam dinheiro com a queda no turismo e por isto tiveram que demitir. O Poço Encantado é um dos pontos turísticos mais importantes da região, e o seu fechamento afastou o turista ou fez com que ele permaneça por menos tempo na região", frisou o presidente da UMDC e prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso.
Cardoso informou que a UMDC requereu junto ao Ministério Público Federal (MPF), em Jequié, a reabertura para visitação. Para isso seria necessário firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre os municípios e os diversos órgãos do governo federal, mas este acordo depende de um relatório da vistoria feita pelo Centro Nacional de Estudo, Pesquisa e Manejo de Cavernas (Cecav) ligado ao Instituto Chico Mendes, que até o momento não foi enviado para a Procuradoria.
"Faço apelo ao órgão competente para que agilize a documentação solicitada pelo MPF, só assim a situação do Poço Encantado poderá ser resolvida o mais rápido possível, uma vez que o fluxo de turistas na região depende da reabertura do local", frisou.
O prefeito disse que as cidades de Lençóis, Andaraí, Mucugê, Itaitê, Ibicoara, Palmeiras e Rio de COntas são atingidas diretamente pelo fechamento da gruta, mas outras também setem a queda, uma vez que os turistas permanecem menos tempo na região.
"Estamos nos aproximando do final do ano, onde o fluxo de turistas é grande, então temos que ter uma posição sobre a reabertura ou será mais uma temporada de prejuízos", afirma.
A gruta foi interditada porque o guardião Miguel Jesus da Mota construiu uma escada de alvenaria no interior da caverna, alegando que turistas estavam sofrendo acidentes por falta de segurança nos trechos mais íngremes.
Além da interdição, o Ibama aplicou uma multa e, segundo o Ibama, o processo tramita à revelia, uma vez que Miguel Jesus não apresentou defesa.
Mas, se depender dos órgãos envolvidos na questão, o desembargo da gruta ainda vai demorar. De acordo com o chefe do Cecav, Jocy Brandão, há duas semanas foi encaminhado para o Ibama e MPF de Jequié o relatório da vistoria, onde os técnicos recomendam o desembargo do local e fazem algumas ressalvas como a manutenção da escada, que causou a interdição, uma vez que para eles a demolição causaria um impacto ambiental bem maior. (Fonte: Jornal A Tarde do dia 16 de novembro)