A festa de Iemanjá em Itacaré reuniu centenas de nativos e turistas que desejaram render homenagens à “rainha das águas”, na tarde da última terça-feira (02). Além das demonstrações de fé na orixá, com a entrega de oferendas, a comunidade também manifestou muito da cultura local, marcada pela forte influência africana.
A concentração da festa de Iemanjá aconteceu em frente à Colônia de Pescadores Z-18, na Avenida Castro Alves, orla do centro de Itacaré. No local, os fiéis iniciaram suas homenagens, entoando cânticos e dançando em honra a orixá, além de preparar os balaios com as oferendas.
A procissão terrestre foi iniciada por volta das 15 horas, em direção ao porto. A festa reuniu dois terreiros tradicionais da cidade, de Dona Noca e Dona Júlia. O encontro das casas de candomblé aconteceu na Praça do Canhão, de onde todos saíram juntos para render homenagens a uma das orixás mais cultuadas do Brasil.
Na foz do Rio de Contas, diversas embarcações aguardavam os cestos para levar as oferendas ao alto-mar. Na procissão marítima, flores, perfumes, colares e espelhos compunham a maior parte dos presentes depositados nos cestos. As ofertas são dadas em troca de pedidos ou agradecimento por graças alcançadas.
Origem da Festa - Iemanjá é uma deusa abrasileirada, resultado da mistura de Kianda angolense (deusa do mar) e Iemanjá (deusa dos rios). Os seios fartos remetem à origem africana, o corpo de peixe vem das sereias européias e os cabelos longos e negros da origem indígena, a Iara dos tupis. Seu nome deriva da expressão Yèyé omo ejá, que significa mãe cujos filhos são peixes. Na mitologia iorubá, a orixá é a rainha das águas, por isso é bastante cultuada entre pescadores e marinheiros. Os fiéis também a consideram a deusa do amor e da fertilidade. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itacaré)