Neste domingo, 7 de fevereiro, é dia de homenagens a Iemanjá, em Cachoeira, cidade histórica do Recôncavo da Bahia (distante 110 km de Salvador). O ritual do presente coletivo para a Rainha das Águas deve mobilizar cerca de 50 terreiros de candomblés e da umbanda, de Cachoeira e também de cidades vizinhas. Os preparativos para a festa começaram desde o final do ano passado com a mobilização de babalorixás e ialorixás por iniciativa da Acio – Associação Comunitária Iemanjá Ogun-Té, entidade responsável pela organização da manifestação que defende a preservação das tradições religiosas ancestrais. Os devotos vão reviver uma manifestação que era realizada há mais de um século por antigos sacerdotes e sacerdotisas que vieram da África como escravos para os engenhos de cana de açúcar do Recôncavo. A festa conta com o apoio e o incentivo da prefeitura municipal de Cachoeira por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, do governo do Estado da Bahia, Secretaria de Turismo do Estado e Bahiatursa.
As atividades que antecedem a saída das embarcações com os presentes serão concentradas na área do cais do Porto de Cachoeira. Neste local, será armado um toldo para os balaios das oferendas. Na pista do palco da Feira do Porto, a prefeitura montará um barracão com madeira e palhas para a realização da cerimônia do xirê, que é o momento de saudações a todos os orixás do panteão africano. Os presentes serão levados a partir das 11h para a Pedra da Baleia, no meio do Rio Paraguaçu, local considerado sagrado pelo povo de santo. Dez embarcações farão transporte dos religiosos e dos balaios de oferendas. A partir das 8h da manhã, as pessoas já podem depositar seus presentes nos balaios que estarão disponíveis no Porto.
Após a confirmação do recebimento das oferendas, todos retornam para comemorar o êxito em terra firme. Estão previstos show com o Grupo Gêge Nagô e apresentação de samba de roda e capoeira. Além disso, a organização do evento distribuirá mingaus, bolos, arroz doce e mungunzá para todos os participantes da festa. Há cinco anos, a festa coletiva dos terreiros em homenagem a iemanjá em Cachoeira foi revitalizada com apoio da prefeitura municipal. A manifestação existe há mais de meio século, porém estava quase desaparecendo. A revitalização por iniciativa de babalorixás, ialorixás, filhos e filhas de santo, tem atraído a cada ano, um grande número de turistas para participar do evento. Dessa forma, a grande manifestação pública religiosa vem contribuindo para aumento do fluxo turístico em Cachoeira conhecida internacionalmente pela preservação da cultura e religiosidade dos afrodescendentes. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Cachoeira)