Contar com os serviços públicos de coleta de esgoto está entre as prioridades de uma base representativa de brasileiros, embora nem todos saibam que esta é uma questão de saneamento básico. Essa foi uma das conclusões constatadas em um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil (organização que reúne grandes empresas), em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Opinião Pública e Estatística (Ibope).
A pesquisa foi feita em junho passado com 1.008 pessoas de 79 cidades do país que tem mais de 300 mil habitantes. No levantamento, foi apurado que 31% dos brasileiros desconhecem o que significa, na prática, as ações de saneamento básico. Porém, quando solicitadas a eleger quais as obras consideram mais necessárias, os serviços de esgoto apareceram em primeiro lugar.
Na avaliação de Raul Pinho, presidente do Instituto Trata Brasil ,o resultado dessa pesquisa pode ajudar a definir políticas de aplicação dos recursos. Ele também defende que a população deve tomar conhecimento de projetos que vem sendo desenvolvidos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ele salienta que as cobranças devem se voltar para a administração pública municipal. “A população sabe quem é o responsável pela má qualidade de vida ou problemas de saúde por não ter esgoto coletado e tratado é o prefeito. Não é um problema do governo do estado ou do governo federal, quem tem de resolver o problema na ponta é o prefeito”, declarou Pinho.
Dos entrevistados, 54% apontaram a necessidade de esgoto, seguida de serviços de água (28%), coleta de lixo (15%), limpeza pública (14%) e pavimentação (8%). A maioria (77%) acredita que a casa onde mora conta com coleta de esgoto da rede pública. Mas dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, indicam que metade da população brasileira não tem acesso aos serviços.
Outro aspecto detectado é que os moradores de áreas sem atendimento de coleta da rede pública têm interesse no serviço de escoamento, porém, a metade não está disposta a pagar pelos serviços. Desse universo, 41% responderam que não gastariam nada e 28% estão indecisos.
Quanto à avaliação dos serviços prestados, o índice de satisfação é maior entre os moradores dos estados da região Sul (61%). Já os insatisfeitos vivem em cidades da região Nordeste e são mais escolarizados ( 34%).
No ranking de áreas mais problemáticas, o esgoto obteve a sétima colocação e foi apontado por 10% dos entrevistados. Saúde obteve o primeiro lugar (49%), seguido de segurança (46%), drogas (40%), educação (28%) , emprego (27%), calçamento e pavimentação (11%) e limpeza pública (11%).(Fonte: Agência Brasil)