A tradicional feira livre de Euclides da Cunha passou a ser realizada no Centro de Abastecimento, que fica situado às margens da BR 116. A Prefeitura Municipal depois de um século realizou a mudança que muitos almejavam. Com a alteração, objetiva-se a reorganização da feira, a setorização do comércio e a reordenação da cidade e do trânsito.
O proprietário da Eletrocruz, Ivan Cruz, afirmou que essa foi uma das obras mais significativas da nova gestão. “Excelente isso aqui. Até que em fim acabou aquela bagunça no centro comercial da cidade. Vai ser bom para o meu comércio, para o comércio de todos e para os clientes, já que o trânsito fluirá melhor. Aqui temos um espaço arejado e com muita higiene. Euclides da Cunha estava merecendo um espaço desses. Só acho necessária a realização do calçamento nas proximidades do Centro de Abastecimento, mas sei que isso com o tempo virá. Esta é uma obra que trará desenvolvimento para o município”, ressalta.
Mesmo com a mudança do lugar da feira, do centro da cidade para o Centro de Abastecimento, a mesma ainda configura-se numa atração à parte. Como o comércio da cidade é um dos melhores da região, a feira estava muito movimentada e dela participavam pessoas de várias localidades vizinhas. Encontrava-se de tudo, desde utensílios domésticos, artesanato, carnes - principalmente a de bode - comida feita na hora, buchada, ensopados diversos, tapioca, bolos, doces, mingaus de: tapioca e milho e outras iguarias típicas do sertão.
O artesanato tem destaque em Euclides da Cunha. Na feira é possível ter uma idéia da variedade das peças. São comercializados sapatos de couro, com solado de pneu, bem resistentes, que já fazem parte do cotidiano do sertanejo, cordas de sisal e aió - uma espécie de sacola feita de fibra de caroá processado artesanalmente, muito utilizado para o transporte de pequenos objetos e como porta-ração para alimentar os animais.
São encontradas ainda cestas de palha de ouricuri e de cipó, além de chapéus de couro de boi, bode, carneiro, etc. O chapéu de couro usado pelo vaqueiro não pode faltar, é a marca registrada do sertanejo. Chapéu, jaleco e perneiras formam um conjunto de couro, bastante utilizado pelos vaqueiros nordestinos e essencial para a sua proteção contra espinhos na lida diária com o gado e outros animais.