“Foi uma atitude responsável. Estamos acostumados a conviver, todos os anos, com a alegria do carnaval, mas entendemos que é preciso planejamento para que Ilhéus tenha condição de realizar uma festa momesca à altura de seus munícipes. Tendo em vista a dificuldade financeira enfrentada pelo município, realizar um carnaval sem planejamento geraria um aumento significativo de suas despesas, comprometendo ainda mais as finanças do município”. Essa foi a afirmação feita pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ilhéus, Marcelo Oliveira. A opinião foi emitida dias depois da prefeitura de Ilhéus divulgar que o município não teria condição de realizar o carnaval, este ano. A decisão do governo Newton Lima foi bem recebida pelo empresariado local e por representantes da sociedade civil organizada.
Ainda na opinião do presidente da CDL de Ilhéus, com planejamento e divulgação antecipados, todos os setores da economia seriam beneficiados. “Com maior organização o comercio passaria a vender mais, principalmente no segmento de confecções, que costuma ser bastante procurado nesta época. A população de baixa renda poderia buscar alternativas para aumentar a renda durante a época. Os promotores de shows teriam condição de realizar festas pré-carnavalescas, promovendo a festa em si e aumentando o período de estadia dos visitantes”. Em entrevista ao jornal A Tarde veiculada no último domingo (31), o presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), Luigi Massa frisou que mesmo sem carnaval, a cidade deve receber um fluxo considerável de turistas. “Os turistas procuram a cidade para descansar e curtir as belezas locais. O foco desses visitantes não é o carnaval”.
O empresário Guido Paternostro, administrador do Bar e restaurante Vesúvio, também tem opinião favorável à medida e concorda com a opinião do presidente da Atil. “Acredito que a ocupação nos hotéis e pousadas não deva sofrer tanta alteração com essa decisão, já que as pessoas procuram a cidade para descansar, rever familiares ou para aproveitar o local”. Guido também defendeu que a prefeitura buscasse, em parceria com a iniciativa privada, realizar micaretas em outras épocas do ano, aproveitando festas já consolidadas, como a Trivela, realizada todos os anos no mês de junho. “Essa seria uma ótima oportunidade para oferecer outros grandes shows e mais opções para o público, buscando firmar a cidade como grande roteiro para esta época do ano”.
Um dos órgãos mais atuantes dentro da sociedade civil organizada, o Movimento Ação Ilhéus, também recebeu de maneira positiva a decisão do governo. “Foi uma atitude responsável, sensata e correta. O carnaval é uma manifestação popular importante, mas a atual crise financeira vivida pela Prefeitura e acompanhada pela população, não nos deixa dúvidas de que essa foi a melhor alternativa. Além disso, a falta de infra-estrutura, principalmente no que diz respeito a segurança, comprometeria o sucesso da festa e de seus foliões”, afirmou a presidente do grupo, Socorro Mendonça. Ela também defendeu ainda o retorno de carnaval com marchinhas e com bandas locais, ajudando a consolidar a cidade com uma festa momesca dentro deste perfil, mas em outra época do ano, atraindo ainda mais visitantes. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Ilhéus)