O prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo terá audiência nesta semana, com o secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, Afonso Florence, para esclarecimentos técnicos sobre o projeto de construção da barragem do Rio Colônia. Esta semana, o governador Jaques Wagner anunciou em Itabuna, que dispõe de R$ 40 milhões para a obra, que teria 200 metros de extensão, uma cota de 21,4 metros de altura – 11 metros acima do limite negociado pelo governo municipal com produtores da área - e capacidade de armazenamento de 62,7 milhões de metros cúbicos, o que causaria impacto ambiental maior, exigindo a desapropriação de extensas áreas de terra e deslocamento de milhares de famílias.
A solicitação da audiência partiu de representantes da Associação dos Usuários da Água do Rio Colônia (Auarc), que desejam esclarecimentos sobre o projeto. A preocupação da Auarc é que, desde o anúncio da obra da barragem, os produtores da área não obtêm informações concretas sobre a proposta. “Em função das incertezas, estamos com nossas atividades praticamente paralisadas há nove anos e com sérios prejuízos”, argumentou Lima.
Outra preocupação do empresário é com relação à infraestrutura da área e a realocação de estradas, da rede de energia, de telefonia e outros equipamentos. O Ministério das Cidades definiu o Estado como interveniente executor, responsabilizando-se pela contrapartida, ou seja, a solução de titularidade da área das obras – o que inclui a desapropriação de terras e cuidados de infraestrutura – e sua supervisão, bem como pelos estudos de uso, operação da barragem e processos de licenciamento ambiental, que em rios estaduais são de responsabilidade do órgão da administração direta estadual.
O pecuarista Eustáquio Coelho Lima, da Auac, observa que, em função do anuncio do governador, interessa saber quem vai fazer as estradas e cuidar das obras de infraestrutura. O dirigente da Auarc lembrou ainda outra dúvida, com relação ao pagamento das indenizações das áreas desapropriadas.
Compromisso – Ao considerar que o governo municipal tem um compromisso com os fazendeiros e a população da área onde será construída a barragem do Rio Colônia, o prefeito Azevedo informou que pretende discutir a questão com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia e o próprio governo estadual, que se mostrou sensível a um problema vital para a população itabunense, que é a questão do abastecimento de água. O secretário de Assuntos Governamentais e Comunicação, Walmir Rosário, que tem acompanhado de perto as negociações com os proprietários rurais, também considera importante definir bem os detalhes, “pois o nosso compromisso é trazer benefício para Itabuna, sem causar prejuízos aos donos dos imóveis”.
O prefeito defende uma barragem com capacidade de 30 milhões de metros cúbicos, considerada suficiente para atender à demanda de Itabuna e de Itapé nas épocas críticas. “Daí a necessidade da definição da cota e da extensão das áreas inundadas, reduzindo assim o impacto ambiental do projeto”, afirma Azevedo. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itabuna)