Toda nova etapa merece comemoração e assim foi nesta manhã de sexta-feira, 27, na comunidade de Ribeirão, em Bate Pé. O prefeito Guilherme Menezes, acompanhado de outras autoridades municipais, participou do ato de implantação da roça de umbu em quatro propriedades, criando assim o primeiro grupo de produtores de umbu gigante de Vitória da Conquista. Também estavam presentes o gerente do Banco do Brasil e o prefeito de Belo Campo, Cesar Ferreira.
Esta ação faz parte do Projeto Umbu Gigante, desenvolvido pelo Governo Municipal em parceria com a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Na primeira fase, experimentações foram feitas na fazenda Pedra Mole, unidade da Prefeitura de Vitória da Conquista, com uma espécie de umbu com peso de 4 a 5 vezes maior que os frutos convencionais, com mais polpa e sabor mais adocicado.
Os produtores vão destinar pelo menos 1 hectare para essa cultura. O engenheiro agrônomo Dilermando Fonseca informou que 700 mudas já estão plantadas com a possibilidade de implantar mais 15 roças deste tipo. “A etapa seguinte são os tratos culturais, no qual assistiremos os agricultores, fornecendo todas as informações e também prepará-los para o aproveitamento deste fruto”, disse o responsável pelo projeto.
Os primeiros frutos deverão ser colhidos daqui a cinco anos. Futuramente, os frutos do umbu gigante e do nativo podem servir de base para montagem de uma pequena indústria de processamento, dando aos moradores das regiões atendidas mais oportunidade de renda.
A partir deste fruto característico da caatinga poderá ser feitas geléias, compotas, doces em pasta, doces de corte, licor e picles. “Espero que seja uma cultura de revitalização do umbu na região para ter inclusive o produto na entressafra, com a retirada da polpa e desidratação, e que também poderá ser utilizada em merenda escolar em forma de doce em calda, garantindo renda o ano inteiro para o agricultor familiar”, declarou o prefeito.
Os empreendedores – Quem pensa como o prefeito são os pioneiros no cultivo do umbu gigante em Vitória da Conquista. João Lélis (58) que vive com esposa e filhos em Ribeirão informou que ano passado plantou as primeiras 48 mudas de umbu em sua fazenda. Nesta sexta-feira outras mudas foram plantadas “Essa atitude foi boa porque vai incentivar mais agricultores. Têm alguns deles que nem acredita, mas quando vêm uma iniciativa desta ai vão entender que vai ser um futuro amanhã”.
Exemplo de geração de renda - A cooperativa CoperCUC (sigla que une as iniciais de Curaçá, Uauá e Canudos, municípios baianos onde estão as comunidades participantes) reúne 200 famílias envolvidas na coleta e na fabricação dos derivados principalmente de umbu, mas também de maracujá do mato, manga e goiaba. São fabricadas anualmente 75 toneladas de produtos beneficiados, o que aumenta em até dez vezes o valor das frutas — um saco com 40 quilos de umbu é vendido para atravessadores por, no máximo, R$ 15, enquanto a mesma quantidade transformada em geléias e outros itens pode ser comercializada por até R$ 150, segundo o gerente-geral da cooperativa, Egnaldo Gomes Xavier.
A entidade é formada por 13 unidades coletivas de produção (cada uma em uma comunidade diferente) e por uma fábrica, responsável por finalizar e embalar grande parte dos produtos. Cerca de 65% deles são comprados pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) e direcionados aos projetos sociais do governo na região. Outros 20% são vendidos em mercados de Salvador e Feira de Santana e em exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Curitiba. O restante da produção é exportado para a Europa. (Prefeitura de Vitória da Conquista)