Para firmar essa parceria entre os poderes públicos municipais, estadual e federal, os prefeitos dos municípios de Wagner, Iraquara, Palmeiras, Morro do Chapéu, Lençóis e Seabra assinaram um Protocolo de Intenções com representantes de diversas secretarias estaduais, da Universidade Federal da Bahia e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para execução da primeira etapa da Pesquisa e Manejo de Sítios de Arte Rupestre, que culminará com a criação do Projeto “Circuitos Arqueológicos da Bahia”.
A iniciativa é viabilizada pelo Governo do Estado, através das secretarias de Cultura (Secult-BA), Turismo (Setur), Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e do Iphan vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), além de ONG e demais representantes da sociedade civil organizada.
O projeto atende expectativas do 1º Fórum de Patrimônio Material da Bahia, realizado em maio de 2008 sob promoção do Ipac/Secult-BA, na cidade de Lençóis, que recomendou a criação de um plano de manejo e um roteiro de visitação dirigida aos patrimônios materiais da Bahia. Para o secretário estadual de Cultura, Marcio Meirelles, a Bahia é um dos estados brasileiros mais ricos em edificações significativas e sítios arqueológicos. “Nosso estado dispõe de extensa quantidade e qualidade de patrimônio material, como as construções seculares tombadas, pinturas rupestres, fósseis arqueológicos ou grutas”, diz Meirelles.
O diretor geral do Ipac, Frederico Mendonça, explica que, apesar da reconhecida riqueza patrimonial e arqueológica dessa região, faltavam ações de articulação entre as esferas governamentais e a sociedade civil que possibilitassem a salvaguarda permanente e o usufruto desses patrimônios culturais e ambientais.
Com a iniciativa o Ipac pretende, ainda, fomentar a criação de instrumentos normativos para a proteção e a promoção dos bens patrimoniais, catalogar e mapear esses mananciais, para, finalmente, explorar adequadamente e com segurança ambiental o turismo para essa região. “Essas são premissas básicas para a proteção, a conservação e o aproveitamento sustentável desses recursos, que, em última instância, serão transformados em vetores de desenvolvimento econômico e social desses municípios”, finaliza o diretor do Ipac.
A Chapada Diamantina é uma região de serras, vales e cumes, situada no centro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias hidrográficas do Paraguaçu, Jacuípe e Rio de Contas, com formação de quedas d’água, corredeiras e cachoeiras. Na região foi criado um parque nacional, em 1985, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do governo federal. Os conjuntos arquitetônico-históricos da região também são tombados como patrimônios culturais da Bahia e do Brasil. (Jornal Tribuna da Bahia)