Representantes dos cinco centros de recuperação do município, voltados para o tratamento e para a reabilitação de dependentes químicos (drogas e álcool), foram recebidos na tarde da última quarta-feira (4) pelo prefeito Newton Lima, no Palácio Paranaguá, sede oficial do governo ilheense. Durante a audiência, solicitada e acompanhada pelo vereador Alzimário Belmonte (Professor Gurita), os dirigentes fizeram uma minuciosa exposição das numerosas dificuldades enfrentadas diariamente pelos centros para manter um trabalho que já recuperou centenas de ex-viciados.
Entre as propostas apresentadas ao prefeito Newton Lima, destaca-se a de transformar os centros de recuperação em Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). O objetivo, depois disso, é conquistar um maior apoio do Poder Público. “A exemplo do que já se encontra consagrado na Lei, queremos que a dependência química passe a ser, de fato, um problema de saúde. Só assim ela passará a ser beneficiada por políticas públicas municipais, estaduais e federais”, enfatizou o presidente do Centro de Repouso Palavra da Vida, Pastor Antônio Almeida.
Ainda durante a audiência, os dirigentes mostraram que as principais dificuldades dos centros de recuperação estão ligadas aos aspectos financeiro (as entidades vivem de doações e mensalidades que, normalmente, não ultrapassam 300 reais mensais ou 1/3 do custo de um interno), físico (alimentação, material de limpeza e roupas de cama, entre outros) e humano (contratação e manutenção de psicólogos, médicos e assistentes sociais). O trabalho nos Centros, que dura nove meses e recupera cerca de 60% dos internos, envolve o resgate da auto estima, a valorização do indivíduo, o atendimento às famílias e o desenvolvimento de talentos variados.
Sensibilizado - Sensibilizado, o prefeito Newton Lima garantiu que fará o que estiver ao seu alcance para ajudar, “sempre dentro dos parâmetros legais e da disponibilidade financeira do município”. Na oportunidade, Newton destacou alguns projetos sociais que se encontram em curso, como o Creas Sentinela e a construção de uma Casa de Passagem. Apesar da ausência de previsão legal e das dificuldades econômicas do município, o prefeito afirmou que vai se reunir com os secretários de Saúde e de Assistência Social para estudar meios capazes de auxiliar o trabalho dos Centros, “sem dúvida, de grande relevância para a construção de uma cidade melhor”.
Para o vereador Alzimário Belmonte (Professor Gurita), é fundamental que o município, com a participação de todos os segmentos da sociedade organizada, estabeleça, de forma pioneira no Sul da Bahia, uma verdadeira “campanha anti-drogas”, visando combater o problema de forma ainda mais eficiente. Gurita lembra que, na maioria dos casos, o volume de assaltos e homicídios está diretamente relacionado ao uso de entorpecentes. “Além disso, nunca é demais lembrar que um interno custa aos centros de recuperação cerca de mil reais por mês. Já o sujeito que comete um delito, muitas vezes sob o efeito de drogas, custa quase o dobro à unidade prisional”, disse.
Centros - Atualmente, existem em Ilhéus cinco centros de recuperação voltados para o tratamento de dependentes químicos: Leão de Judá, em Olivença; Cidade Refúgio, no Banco da Vitória; Vida Serena, no Santo Antônio; e Palavra da Vida, no distrito de São José, além do Centro de Terapia Vidas, no bairro do Teotônio Vilela, que se encontra em fase de revitalização. As unidades, que não possuem fins lucrativos e, na sua grande maioria, estão ligadas à proclamação do Evangelho, trabalham não apenas na reabilitação do indivíduo, mas, também, na sua ressocialização. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Ilhéus)