Combate à dengue exige mobilização da comunidade

O combate à dengue é uma prioridade para a Prefeitura de Itabuna, que investe em estratégias de ação e de mobilização da comunidade para evitar os riscos de um surto da doença no verão. Esta semana, o prefeito Capitão Azevedo participou, em Salvador, do lançamento regional da Campanha Nacional de Combate à Dengue 2009/2010. O evento foi realizado no anfiteatro do Hospital Roberto Santos e contou com as presenças do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, do governador Jaques Wagner e do secretário estadual da Saúde, Jorge Solla.

A delegação itabunense foi integrada pelos secretários municipais da Saúde, Antônio Vieira, e do Planejamento e Tecnologia, Maurício Athayde, acompanhados pelo deputado estadual Luiz Argôlo. O prefeito Azevedo considera que, para controlar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, é fundamental a forte presença do Governo do Estado, em ações integradas com os municípios e com a própria população.

Para o secretário da Saúde, Antônio Vieira, a mobilização da população é decisiva na guerra contra a dengue, “uma luta permanente e que ninguém deve se descuidar”. Ele anuncia que o governo municipal vem implementando ações com a participação das diversas secretarias na eliminação de focos, promovendo a limpeza de canais e outras ações na área de saneamento, enquanto equipes de campo da Secretaria Municipal de Saúde realizam visitas domiciliares e ações junto à população dos diversos bairros, num trabalho de caráter educativo.

Mutirões ajudam a reduzir infestação predial

O diretor de Vigilância à Saúde, Florentino Souza Filho, ressalta que o combate à dengue depende não apenas da parceria institucional entre a Prefeitura, Governo do Estado, Ministério Público e entidades diversas, mas também de uma efetiva mobilização da comunidade em mutirões e no trabalho de conscientização. O objetivo das ações é reduzir a infestação predial por focos do mosquito causador da dengue, uma doença que pode matar.


“Daí a importância do desenvolvimento de campanhas comunitárias e mutirões em áreas críticas, cujos resultados são expressivos, com respostas rápidas. Acredito que sem isso nada seria possível”, opina. Para exemplificar, o diretor observa que os mutirões realizados recentemente nos bairros Sinval Palmeira, Carlos Silva/Andaraí, Pedro Jerônimo, Novo Horizonte e Nova Ferradas, considerados áreas de alto risco, tiveram resultados alentadores com uma queda acentuada na infestação predial.

Florentino Souza Filho informa que também encaminhou no dia 22 de outubro uma correspondência à 7ª Dires, requerendo urgência no suprimento de larvicida Temefós a 1%, que havia sido solicitado no final de setembro, alertando que a falta do material põe em risco o quinto ciclo da campanha em Itabuna. O ciclo termina na próxima semana, depois do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti, que recolhe dados em 20% dos imóveis urbanos, o equivalente a cinco mil habitações.

De acordo com o diretor da Vigilância à Saúde, no ano passado o Lira em Itabuna apresentou um índice de 16%, que sinalizou para a epidemia que acabou resultando em cerca de 12 mil casos notificados e nove mortes nos primeiros meses de 2009. Este ano, o período crítico da dengue ocorreu na 12ª semana do ano, com o registro de 1.458 notificações – o maior número de casos foi registrado entre março e abril. Agora, na 43ª semana do ano, foram informadas apenas duas notificações, indicando uma escala descendente da doença, que exige atenção permanente de todos.

Itabuna precisa de mais 120 agentes nas ruas

A Coordenação de Combate à Dengue em Itabuna tem uma equipe de campo formada por 188 agentes de endemias, mas precisaria de mais 120 profissionais. Cada agente visita em média de 800 a 1,2 mil imóveis, mas o ideal seria duplicar o número de servidores atuando no campo. “Ou seja, temos uma necessidade urgente de ampliação do quadro”, afirma o coordenador Sandovaldo Carvalho Menezes.

O coordenador acrescenta que o fornecimento de larvicida e inseticida em tempo hábil, o que é de responsabilidade da 7ª Dires, é também fator essencial para o êxito do trabalho de combate ao mosquito. A utilização de larvicida, por exemplo, exige uma média de 300 caixas, o equivalente a seis mil quilos por quinzena, para aplicação domiciliar pelos agentes de endemias nos tanques e recipientes de água. Já o inseticida, segundo Sandovaldo Menezes, é usado para o tratamento focal, que é feito com três motores costais e o apoio de mais dez bombas de pressão para tratamento perifocal, ou seja, no entorno das áreas consideradas focos.

Limpeza de canais – Para o coordenador do Combate à Dengue, toda a ação está sendo complementada pelo esforço da Prefeitura, por meio de suas diversas secretarias, a exemplo da Sedur, que está procedendo à limpeza de canais, ribeirões e terrenos baldios. Um ponto importante para apoiar o trabalho de combate aos focos do mosquito é, segundo Menezes, a autorização judicial para acesso aos imóveis fechados e o apoio do Ministério Público, ao intimar as pessoas que deixam os tanques descobertos.

O coordenador de Combate à Dengue observa que os tanques que receberem cobertura não vão necessitar da aplicação de larvicida, representando uma importante economia de recursos e a eliminação definitiva de mais um possível foco do mosquito, que tem uma grande mobilidade, chegando a deslocar-se até um quilômetro para fazer a desova em um lugar seguro e com água parada.

Bahia registrou 115 mil casos este ano

No ano de 2009, até 10 de outubro, foram notificados 115.026 casos de dengue na Bahia, com aumento de 60 casos na última semana, o que corresponde a uma elevação de 147% em relação ao mesmo período de 2008 (46.529). Até o momento, 403 (96,7%) municípios do estado notificaram a doença nos sistemas de informação da vigilância epidemiológica.

As notificações de dengue na Bahia, por semana, permanecem em tendência de decréscimo dos casos suspeitos no período, com redução progressiva a partir do início do mês de abril. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de manter a regularidade e qualidade das ações de controle ao longo do ano, sobretudo nos períodos de redução das notificações e quando diminui a reprodução do vetor em função de fatores climáticos. Os municípios de Itabuna, Jequié, Salvador, Feira de Santana, Irecê e Ilhéus concentram 41% das notificações do Estado. (Fonte: Ascom da Prefeitura de Itabuna)